Zhang Yimou

Biografia e Filmografia (download) de Zhang Yimou

sábado, 21 de julho de 2018

Good Girls (critica e download)




Estou um tempo afastada do blog, confesso. O motivo? Não sei. Mas acho que preciso entender que sempre que dedico uma hora do meu dia para escrever sobre filmes e séries que me encantam, é dedicar um tempo em mim.

Não que eu tenha muitas tarefas a fazer, mas é impressionante como sobra tempo para milhares de coisas, exceto para algo que você precisa como forma de crescimento pessoal. Cair no limbo da comodidade é um perigo que enfrento diariamente.

Acho que essa minha introdução a minha própria realidade pessoal se junta bastante com a série que vim aqui recomendar hoje: Good Girls. Talvez com a personagem Beth.



Lançada no inicio do ano pela NBC, Good Girls tem sido interpretada como “Breaking Bad feminino”, o que acho extremamente idiota de se dizer por vários motivos:  1º: é uma necessidade machista que se tem de tentar justificar que a série pode ser tão foda como um clássico. Uma justificativa para os homens que gostarem de uma série que envolve mulheres em problemas de mulheres na vida de mulheres. É idiota comparar qualquer coisa com Breaking Bad, uma série que revolucionou a televisão e a produção de séries totalmente. 2º: não tem nada de drogas nessa série, ou seja, não é o assunto principal. 3º: e SÃO 3 MULHERES.

Eu sei que o pôster da série por si só tenta fazer uma referência a Breaking Bad (as três sentadas em uma cadeira de plástico idêntica a do pôster de Bad), mas isso é técnica de marketing, não vou entrar nisso. Eu já falei aqui antes como detesto comparações, se o projeto não for um remake publicamente aceito, acho uma sacanagem com a criação de alguém.



Enfim, vamos ao que interessa. Quando falamos que é uma série de problemas de mulheres, falamos da realidade da mulher. Temos três mulheres com três perspectivas da vida completamente diferentes entre si, com realidades totalmente distintas. Beth Boland (Christina Hendricks, parceira recorrente nos filmes de Nicolas Winding Refn) é uma típica, mas bota típica esposa americana. Ruby Hill (Retta) é uma mulher negra, garçonete que tem uma filha com problemas renais. Anne Marks (Mae Whitman) uma mulher de menos de trinta anos, com uma filha trans de 11 anos.

Anne e Beth são irmãs, mas não sabemos nada a respeito da construção de sua família, criação e como seguiu a amizade tão firme com Ruby. Mas isso não interfere na interação que as três têm, e como conseguem se organizar em função da necessidade de cada uma.

O enredo é sobre a necessidade de ter dinheiro, visto as circunstâncias que elas se encontram. Entretanto, é mais nítido que o dinheiro é só um meio para elas perceberem que a real necessidade é a de sair do limite que suas vidas estão construídas. Nisso a série é coerente em refletir que os papeis de mãe e esposa não são definidores de uma mulher. Que uma mulher pode e quer ter mais que isso para si. Por isso é quase impossível ter qualquer tipo de julgamento a respeito dos crimes que elas fazem, muito pelo contrário, o enredo te seduz o suficiente para torcer por elas.



Mas acredito que um dos trunfos da série está na construção dos personagens masculinos. Rio (Manny Montana) é um chefe do crime. Um homem que intimida completamente por sua postura e seu modo de falar. Intimidação mais por seu histórico de crimes, e da arma em sua mão. Medo que transmite a qualquer homem ou mulher.  Entretanto, não temos Rio como algo digno de se odiar na série, muito pelo contrario. Ele seduz o espectador com destreza, ajudando a criar a aura de encantamento do mundo do crime. O que não ocorre com Boomer.

Vou reservar um paragrafo para Boomer (David Hornsby). Acho que poucas vezes um personagem conseguiu me gerar repulsa, ao ponto de ter ficar agitada ao assisti-lo em cena. Temos em um mesmo homem todo o espectro de machismo, sujeira e preconceito que existe. Desprezível, Boomer é a palavra fracassado em seu mais perfeito sentido. A maneira como ele trata e conduz seus relacionamentos com as mulheres é assustadoramente real e atual.



Good Girls é uma série de comédia, mas que consegue transmitir uma dose de dramaticidade na dosagem certa. Existem diálogos excelentes (Ruby atendendo os adolescentes), cenas que valem reprises de tão cômicas (as três com Big Michel). O roteiro é simples, os cenários são bem produzidos.

O fato de escolherem Detroit como cenário para a série não é atoa, temos uma cidade falida e fracassada, que tenta ressurgir das cinzas de um passado glorioso. Uma cidade ideal para retratar a vida dessas três mulheres que tentam se reerguer, pois sabem que são os alicerces de suas famílias.


Disponível na Netflix

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