O Clã das Adagas Voadoras (crítica e download)

O Clã das Adagas Voadoras (2004)

Diretor: Zhang Yimou

Minha história de amor com Zhang Yimou começou assim: com uma sexta à noite no SBT... dublado! Amor pela arte que esse chinês faz e paixão arrebatadora pelo que o cinema pode fazer! Talvez você nunca tenha ouvido falar do homem por trás desse filme ou de Herói (o melhor filme de arte marcial já feito, e isso não sou eu que estou dizendo, é a estatística!), mas se eu posso dar um conselho: deixe-se levar pelas cores e a magia que os filmes de Yimou nos transmite! Mas vamos para esse filme em questão:

O nome é meio estranho, mas na China tem muito dessas coisas mesmo, e Zhang sempre foi um amante de sua pátria, fazendo filmes que relembram os dias de gloria da China. E esse filme se foca no período da dinastia Tang, e havia um pessoal que não aceitava o atual imperador, e do qual formavam um grupo de rebeldes que eram exímios com as adagas, daí o nome. O filme em si se foca no relacionamento de uma cega com um soldado que decide “ajuda-la”. Enfim, mais coisas acontecem que não direi porque serão baitas de um spoiler.

Histórias de amores proibidos surgem aos montes nos cinemas, mas poucas vezes ela é envolvida com tamanha emoção e beleza visual! E é isso que torna o filme diferente: a diferença em tantas semelhanças! Eu realmente adoro diretores com a capacidade de se evadir da tradição e do comum do cinema.

O trio formado por Ziyi Zhang (eu apaixonadíssima por ela), Takeshi Kaneshiro e o excelente Andy Lau (lindo demais da conta), se harmonizam nesse triangulo amoroso, em que todos saem perdendo. Mas é sempre incrível ver um ator/atriz conseguir passar em um personagem a emoção e a dor que o amor pode causar. Como não se emocionar com o olhar de Mei (Ziyi) para Jin (Takeshi), ou a devoção de Leo (Andy) para com o clã? São olhares e toques que tornam o filme uma ópera, como a maioria dos filmes de Yimou, já que o mesmo é apaixonado pelo teatro e muitas peças e espetáculos de balé já fez.

Mas ele não se contenta em recriar as vestimentas perfeitamente bem feitas e belas, mas precisa escolher os melhores lugares com as paisagens mais lindas para esse jogo, essa luta ou ao meu modo de ver: essa dança de espadas! Aqui as lutas não são sangrentas, violentas, explorando os golpes e os romper dos músculos, muito pelo contrario: são excessivamente belas. O movimentar de cada braço com a espada, o movimento dos pés e principalmente o voar é tão delicado que realmente você se sente inserido em um teatro, principalmente quando surge a “dança dos bambus” (você verá o filme e entenderá). 

Yimou caminha seu filme singular um pouco devagar (mas em nenhum momento monótono) nos envolvendo nas neves da China medieval, para um final trágico e crucial. Mas nem mesmo no final ele dá uma folga, e ainda coloca a última gota de uma trilha sonora de Shigeru Umebayashi de doer os ossos e arrepiante diante da voz de Kathleen Battle.

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Abraços!