Zhang Yimou

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quinta-feira, 28 de maio de 2015

MAD MAX: Estrada da Fúria (crítica e download)

MAD MAX: Estrada da Fúria
Diretor: George Miller


Para quem acompanha meu humilde blog sabe muito bem como eu não sou uma pessoa fã de filmes de ação. Na verdade tenho sempre a sensação que é um show para fugir do que importa: roteiro, boa direção e boas atuações (que é o importante para mim!).

ENTRETANTO, por mais que seja eu seguidora do pensamento de Wim Wenders de que cinema “não é para entreter”, não nego que isso é essencial não só para a sobrevivência da indústria como também que é isso que o povo gosta, certo? Então vamos ao que importa: MAD MAX: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, Austrália/EUA, 2015).

Dificilmente eu iria ver este filme por mim mesma, principalmente porque não estava na década de oitenta acompanhando Mel Gibson como o herói do deserto e não tenha nenhuma nostalgia disso. E mesmo que desde o inicio ao fim da sessão só tinha a música “we don’t need another hero...” na cabeça, eu sai extremamente satisfeita!
Vou começar falando do ponto de vista técnico, pra depois ir no ponto de vista que pra mim foi o essencial (feminista).


O filme é realmente bonito. O cenário é completamente em um deserto e a fotografia é amarelada e vermelhada, extremamente quente, claro que para dialogar com o ambiente do qual o enredo se passa. E isso tudo trás uma sensação enorme de pós apocalíptico, que é o motivo do filme. Mad Max: Estrada da Fúria  tem a seguinte sinopse:

“Perseguido pelo seu turbulento passado, Max Rockatansky (Tom Hardy) acredita que a melhor forma de sobreviver é não depender de mais ninguém para além de si próprio. Ainda assim, acaba por se juntar a um grupo de rebeldes que atravessa a Wasteland, numa máquina de guerra conduzida por uma Imperatriz de elite, Furiosa (Charlize Theron). Este bando está em fuga de uma Cidadela tiranizada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), a quem algo insubstituível foi roubado. Exasperado com a sua perda, o Senhor da Guerra reúne o seu exército e inicia uma impiedosa perseguição aos rebeldes e a mais implacável Guerra na Estrada de sempre”.

Não se trata muito bem como uma continuação dos filmes anteriores de Mad Max, tanto que uma pessoa que não viu os outros filmes pode tranquilamente entender e gostar deste. E isso é um ponto super positivo! Gorge Miller pensou exatamente nessa questão de que a nova parcela de jovens que vão ao cinema e que gostam dessa tipologia de filmes não tinha nascido ou ainda não tinha classificação etária permitida para entrar no cinema e ver Tina Turner com suas pernas expostas ou Mel Gibson correndo geral.



Além disso, as cenas de ação são excelentes! Pelo filme ser essencialmente isso, as cenas são de uma harmonia entre a quantidade de violência super equilibrada e a beleza técnica que pode ter nisso tudo. O uso do fogo, o guitarrista, a tipologia dos carros, tudo muito bem harmônico no ambiente desértico. E mesmo que não existam diálogos no filme, a expressividade dos artistas principais foi crucial! Tom Hardy tem uma habilidade única com aqueles olhos, e ele está perfeito aqui, encarnando o tipo atormentado de Max muito bem. Agora, Charlize Theron.... é outro nível, tudo podia ser visto nos olhos dela. E ai vou para a parte que mais me tocou no filme.

Pela primeira vez acredito que posso usar a palavra “foda” em algo que realmente diga o que é. Charlize Theron como Imperatriz Furiosa está foda! E por ela está tão excelente, vários grupos machistas se sentiram tão constrangidos com este filme. Era para ser um filme masculino certo? Então vejamos o que George Miller fez: trouxe uma atriz excelente, praticamente a mais bela que existe (pra mim é a mais bonita do mundo), e simplesmente a dessexualizou totalmente! A mulher está careca, com o rosto sujo de graxa e sem braço! E além disso, Mad Max aparece para salva-las (porque é visível como elas não conseguiriam sem ele), e o herói tão masculino é colocado no meio de um bando de mulheres, sendo algumas IDOSAS ANDANDO DE MOTO E ATIRANDO EM TODO MUNDO!



Acredito que um leigo em cinema não entenda como isso é um passo importante para a indústria. Um cinéfilo sabe como é raro e não financeiramente viável que Hollywood faça filmes de ação com protagonistas mulheres. Sempre as encontramos super lindas, gostosas e seminuas nos filmes, sempre executando papeis em que seu corpo vem primeiro do que qualquer outra coisa que ela possa dizer.  Mesmo que a mais de dez anos Angelina Jolie venha com Lara Croft, temos que concordar que está sempre tão impecavelmente linda que ainda se torna um objeto sexual. E assim tem sido para todos os filmes que a atriz faz, embora já seja um avanço. 

Depois veio Jennifer Lawrence com Jogos Vorazes, e que com tamanho sucesso (inexplicável para a indústria) tratou de colocar a jovem atriz no céu. Chegamos ao ponto dela ganhar um Oscar por uma comedia, enfim. Mas isso foi um avanço e tanto! Identificar que uma mulher não pode estar em um filme de ação sendo tão durona quanto o homem, matando e correndo quanto o homem é absurdo. E pior ainda é a industria americana hipócrita e machista identificar que (talvez os americanos não queiram) mas que os homens do mundo não se sintam confortáveis ao ver isso. Porque apesar de tudo, ainda é o Mad Max que salvou geral.


Mad Max é um filme feminista, mesmo que não tenha sido produzido com essa intenção. E recomendo! Termino com o trailer deste ótimo filme, e o momento nostalgia com Tina cantando We Don't Need Another Hero (Yes, we need: Imperatriz Furiosa!)


Download


Trailer Legendado:




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