Nas tantas investidas pela
internet me deparei com uma crônica de uma pessoa que se dizia “entediada” com
os cinéfilos, sem realmente considerar a própria cinefilia. Enfim, no decorrer
do texto ela expressa o sentimento de indignação de pessoas que se consideram
donas da verdade e são levadas pela obrigação de gostar ou não de um
determinado filme que foi pré-estabelecido que fosse o melhor ou não. Dessa
forma, ela inclui clássicos da história nas suas argumentações, enfim.
Isso me levou a pensar no que é a
pessoa “cinéfila” realmente. É fato que existem estudiosos da arte que realmente
se habituaram a estar em uma esfera tão acima do cinema comum, que não
conseguem se desvencilhar das técnicas dos experimentalismos e do cinema de
arte autor. A arte pura sempre gerou preconceito em todas as suas facetas
muitas vezes por se afastar da realidade das pessoas comuns, sendo restrita a
um grupo especifico que insiste em cultivar essa restrição de conhecimento.
Infelizmente isso gerou a ideia
errada das pessoas “leigas” amantes de cinema, de que os filmes de autor,
experimentais ou até mesmo os clássicos são restritos aos “donos da verdade”, “chatos
estudiosos”, com aquele ditado tão medíocre de “se o crítico detestou, vou
gostar”. Eu reflito bastante e chego à conclusão de que os ditos cinéfilos que
argumentam dessa forma, não entendem realmente o cinema como arte, manifestação
social. É preciso de estudo, conhecimento para aprofundar na técnica e entender
como isso se manifesta e reflete na sociedade.
O preconceito contra o cinema
clássico e de autor é tão descabido, que as pessoas parecem não perceber que
tudo o que temos hoje, só foi possível por anos e anos de pesquisa e de ideias
de grandes gênios. Você não precisa gostar de filme P&B, mas precisa
reconhecer como aquilo foi importante para a história. Eu não gosto de Cidadão
Kane (Citizen Kane, 1941, EUA), acho longo
e cansativo. Mas eu não consigo negar o que Orson Welles fez, principalmente porque
nos filmes de hoje eu vejo as técnicas inovadoras que ele introduziu na
cinematografia!
O cinema talvez seja a
manifestação artística mais democrática que existe, e você realmente tem toda a
liberdade de não gostar de determinados filmes, mas, por favor, pare de pensar
que todo o resto é ruim. Pare de pensar que críticos são pessoas “intelectuais”,
“arrogantes” e seja mais lá o que, e se permita ver uma nova forma de pensar e
refletir. Pesquise sobre as técnicas de cinema, se aprofunde um pouco em entender realmente como é feito um filme.Não tente argumentar sem argumentos, veja e entenda o motivo do seu
desgosto ou não.
O mesmo digo aos críticos de
cinema, que estão longe da realidade. Vivem acreditando que só o filme do
diretor do interior da Hungria, que só seis pessoas assistiram é o melhor. Permitam-se
enxergar o fato da opinião pública interferir no conceito do filme, de saber
reconhecer a necessidade de existir filmes populares e como eles podem ser
usados para introduzir filmes de autor.
Precisamos criar uma harmonia, e
acabar com essa discrepância tão grande entre os “que entendem” e os “que
gostam”. Acredito que cada gosto pessoal é carregado de autenticidade, pois
trás sua carga emotiva e de vida. Por isso que hoje transformei meu blog no Cinema
Autêntico, pois o que está aqui é a minha identidade. Cinema é vida, meus
amigos, não vamos ficar presos a paradigmas do certo ou errados, vamos apenas
abrir nossos olhos e enxergar boas manifestações artísticas.
Abraços,
Bellyta




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