Zhang Yimou

Biografia e Filmografia (download) de Zhang Yimou

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Entre cinema e preconceito


Nas tantas investidas pela internet me deparei com uma crônica de uma pessoa que se dizia “entediada” com os cinéfilos, sem realmente considerar a própria cinefilia. Enfim, no decorrer do texto ela expressa o sentimento de indignação de pessoas que se consideram donas da verdade e são levadas pela obrigação de gostar ou não de um determinado filme que foi pré-estabelecido que fosse o melhor ou não. Dessa forma, ela inclui clássicos da história nas suas argumentações, enfim.

Isso me levou a pensar no que é a pessoa “cinéfila” realmente. É fato que existem estudiosos da arte que realmente se habituaram a estar em uma esfera tão acima do cinema comum, que não conseguem se desvencilhar das técnicas dos experimentalismos e do cinema de arte autor. A arte pura sempre gerou preconceito em todas as suas facetas muitas vezes por se afastar da realidade das pessoas comuns, sendo restrita a um grupo especifico que insiste em cultivar essa restrição de conhecimento. 

Infelizmente isso gerou a ideia errada das pessoas “leigas” amantes de cinema, de que os filmes de autor, experimentais ou até mesmo os clássicos são restritos aos “donos da verdade”, “chatos estudiosos”, com aquele ditado tão medíocre de “se o crítico detestou, vou gostar”. Eu reflito bastante e chego à conclusão de que os ditos cinéfilos que argumentam dessa forma, não entendem realmente o cinema como arte, manifestação social. É preciso de estudo, conhecimento para aprofundar na técnica e entender como isso se manifesta e reflete na sociedade.

O preconceito contra o cinema clássico e de autor é tão descabido, que as pessoas parecem não perceber que tudo o que temos hoje, só foi possível por anos e anos de pesquisa e de ideias de grandes gênios. Você não precisa gostar de filme P&B, mas precisa reconhecer como aquilo foi importante para a história. Eu não gosto de Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941, EUA), acho longo e cansativo. Mas eu não consigo negar o que Orson Welles fez, principalmente porque nos filmes de hoje eu vejo as técnicas inovadoras que ele introduziu na cinematografia!

O cinema talvez seja a manifestação artística mais democrática que existe, e você realmente tem toda a liberdade de não gostar de determinados filmes, mas, por favor, pare de pensar que todo o resto é ruim. Pare de pensar que críticos são pessoas “intelectuais”, “arrogantes” e seja mais lá o que, e se permita ver uma nova forma de pensar e refletir. Pesquise sobre as técnicas de cinema, se aprofunde um pouco em entender realmente como é feito um filme.Não tente argumentar sem argumentos, veja e entenda o motivo do seu desgosto ou não.

O mesmo digo aos críticos de cinema, que estão longe da realidade. Vivem acreditando que só o filme do diretor do interior da Hungria, que só seis pessoas assistiram é o melhor. Permitam-se enxergar o fato da opinião pública interferir no conceito do filme, de saber reconhecer a necessidade de existir filmes populares e como eles podem ser usados para introduzir filmes de autor.


Precisamos criar uma harmonia, e acabar com essa discrepância tão grande entre os “que entendem” e os “que gostam”. Acredito que cada gosto pessoal é carregado de autenticidade, pois trás sua carga emotiva e de vida. Por isso que hoje transformei meu blog no Cinema Autêntico, pois o que está aqui é a minha identidade. Cinema é vida, meus amigos, não vamos ficar presos a paradigmas do certo ou errados, vamos apenas abrir nossos olhos e enxergar boas manifestações artísticas.

Abraços,
Bellyta

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