Z: A Cidade Perdida (The Lost
City of Z, EUA, 2016) é daqueles filmes de orçamento bem considerável, que
ninguém viu ou não gostou. Infelizmente ninguém viu. Isso porque o seu tema e a
maneira bastante introspectiva que James
Gray aborda a vida de Percival
Fawcett, não é para todos os públicos.
Embora a retratação do que o
explorador inglês passou na selva nem de longe demonstrou o que realmente deve
ter sido, o filme não se foca em momentos de ação ou aventuras fantasiosas,
visto o fato de que o explorador buscava uma cidade perdida.
Trata-se de uma singela reflexão
de como o eurocentrismo ocorre
continuamente sobre os povos ditos "primitivos", de como a cultura do
homem branco insiste em se colocar superior a todo o resto.
Percival Fawcett adentrou a Amazônia em uma luta interior na missão
de resgatar respostas para as insuficientes verdades que seu mundo possuía, e
foi no lugar mais inesperado que ele conseguiu encontrar.
Os diálogos do filme são
formidáveis, assim como a sensibilidade que o diretor teve para passar a vida
dos índios, de forma que estes em nenhum momento fossem inferiorizados.
Inferiores e ridículos eram as discussões dos homens brancos e suas convicções
de raça superior.
De bom gosto visível, James Gray
opta por utilizar efeitos gráficos na construção da selva, e por manter uma
tonalidade muito saturada das cores. Além de utilizar um elenco realmente
indígena e utiliza da língua nativa nos momentos que estes aparecem.
Sendo mais um projeto da
produtora Plan B de Brad Pitt, Z é um ótimo exemplar de como filmes de grande
orçamento podem ser mais que um mero instrumento de entretenimento, e que
apesar da visão fechada e intolerante de muitos, pode servir de alento a outras
que estão abertas a tudo.
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