A Dançarina (La Danseuse,
França, 2016) de Stéphanie Di Giusto,
entra nos sonhos e fantasias mais profunda da angustiada e sofrida Loie Fuller. Ícone do teatro e uma das
primeiras expoentes da dança moderna, a artista (notará no filme que
“dançarina” não se trata dela) é retratada no filme com a mesma emoção que a
Loie despertava em seu público.
Com a expressão facial repleta de
dor e constante tristeza, o filme revela uma pessoa totalmente sufocada pelas
imposições de seu passado, as escolhas de seus pais, e de sua própria anatomia.
Loie já entra no universo na arte tardiamente, e tenta superar os anos que não
deixam de passar.
A abordagem de Di Giusto é interessante, pois ao caminhar por toda a preparação do conteúdo do espetáculo, do vestido e das luzes, e principalmente da preparação corporal de Loie, o filme a coloca como uma atleta, e não como dançarina. Isso vem obviamente pelo esforço que a dança e arte que ela produz exige, o que foi muito bem representado. Talvez por esse motivo, a diretora tenha se perdido nas filmagens das danças, onde escolhe não apresentar em plano aberto, tirando-nos a chance de ver da mesma forma que o público do teatro. Mas apesar disso, é belo.
A abordagem de Di Giusto é interessante, pois ao caminhar por toda a preparação do conteúdo do espetáculo, do vestido e das luzes, e principalmente da preparação corporal de Loie, o filme a coloca como uma atleta, e não como dançarina. Isso vem obviamente pelo esforço que a dança e arte que ela produz exige, o que foi muito bem representado. Talvez por esse motivo, a diretora tenha se perdido nas filmagens das danças, onde escolhe não apresentar em plano aberto, tirando-nos a chance de ver da mesma forma que o público do teatro. Mas apesar disso, é belo.
Loie Fulher chegava a treinar por dias para apresentações breves, e precisava descansar por no minimo três dias após o espetáculo, diante de tamanho esforço. Em A Dançarina, isso é bem empregado, pois Loie consegue ser frágil e forte ao mesmo tempo, descontrolada e disciplinada nas relações sociais.
Uma personagem que Soko nasceu para representar, a atriz acolhe a missão com nítido amor e dedicação. Seu corpo desliza sobre os tecidos e as luzes que tanto encantaram os irmãos Lumière no século passado, e os fizeram filmar as encantadoras danças da artista.
Uma personagem que Soko nasceu para representar, a atriz acolhe a missão com nítido amor e dedicação. Seu corpo desliza sobre os tecidos e as luzes que tanto encantaram os irmãos Lumière no século passado, e os fizeram filmar as encantadoras danças da artista.
De modo menor, temos Lily-Rose Depp, que encarna a emblemática
Isadora Ducan, sucessora do legado
de Fuller, embora com seu estilo próprio. Isadora não é apenas a sedutora, mas
o espectro da realidade da juventude e controle de seu corpo que Loie não tem.
Essa é a grande ironia e o
conflito que a introdução de Isadora ao mundo de Loie mostra como uma das
maiores artistas não tem o controle de seu corpo?
A trilha sonora é unicamente a recomposição de Max Richter de As Quatro Estações de Vivaldi e segue
intensamente as danças, e se torna quase inexistente quando estas não são
apresentadas. A fotografia é lindíssima, com cores escuras no ambiente e nas
vestes no primeiro ato, remetendo ao próprio interior de Loie, e sua ideia de
estar na escuridão. E claras no segundo ato, quando temos a entrada de Isadora,
esta que se sabe remetia sua arte à cultura greco-romana. O vermelho passa a ser constante, fruto do desejo que começar surgir na protagonista.
Belíssimo de se ver.
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