Diretor: Robert Aldrich
Eu como uma não apreciadora assídua de filmes de terror, mistério e suspense (sou mais o drama mesmo) posso dizer que tenho pouquíssimos na minha lista de favoritos. Entretanto tem muito tempo que não me dedico a ver um filme dessa época, estou mais no passado na década de 50,60 e 70, principalmente os de Hitchcock. Enfim, mas voltamos ao filme clássico motivo dessa humilde critica.
"O que terá acontecido com Baby Jane?" é de 1962, filmado em preto e branco, com as ilustres atuações de Bette Davis e Joan Crawford. Posso dizer que esse filme teve uma importância enorme na época, primeiro porque trouxe novamente as telas e aos holofotes as atrizes principais, que já senhoras, estavam com dificuldades de encontrar o trabalho nos filmes (estúdios buscando como sempre, rostos novos e jovens). Depois desse filme, uma porção de outras produções de mistério e suspense com atrizes veteranas foram feitas, como A Dama Enjaulada com Olivia DeHavilland, todas buscando de alguma forma estar na atualidade e viva na memoria do público. Outra questão importante desse filme, é como ele foi feito, digo, as dificuldades de ser feito! Joan e Bette eram inimigas de longa data, realmente se odiavam, e a falta de emprego estava realmente critica ao ponto das duas aceitarem trabalhar no mesmo filme, mesmo que da maneira como é os personagens. Mas o que se teve aqui foi uma obra de arte, esteticamente e de interpretação. Um filme de suspense de arriçar os cabelos da nuca, e de pulos de susto, todos sustentados com um roteiro excelente e de final surpreendente.
A sinopse é a seguinte: Bette Davis é Jane Hudson, uma artista que alcançou a fama quando menina e ficou conhecida como "Baby Jane". Agora envelhecida e distante do público há muitos anos, vive encerrada em uma mansão com sua irmã, Blanche Hudson (Joan Crawford) desde um acidente que selou a sorte de ambas, terminou a carreira brilhante de Blanche e acelerou a decadência geral de Jane. Disposta a brilhar nos palcos novamente, Jane volta à Baby Jane, passando por cima de tudo e de todos para atingir seu objetivo.
O enredo te caminha pela vida das irmãs, pela “decadência” de Jane cada dia mais, com cenas de Bette Davis enlouquecida e brilhante em uma crise de raiva ou cantando, mas brilhante. E quanto Joan surge em cena com sua co-estrela é uma explosão, são cenas de diálogos interessante e impactos de acontecimentos que vão surgindo. Posso dizer que você começa imaginado uma coisa, e termina com uma totalmente diferente. Um filme típico para nos mostrar como as aparências enganam, e como ninguém é 100% bom ou inocente nesse mundo. Todos temos parcelas de culpa em tudo o que fazemos na vida dos outros, e temos que aprender a lidar com as consequências. E ai está essa trama envolvente, que dá pena, raiva, mas também compreensão. É difícil não entender Jane ou Blanche, todas tem seus motivos e suas magoas, e pesar uma e outra é de qualquer forma injusto.
Esse é um clássico, indicado em 1963 a Palma de Ouro, como também ao Oscar e Globo de Ouro pelo papel de Bette Davis, do qual não venceu e irritou a atriz a se sentir humilhada por perder para uma atriz mais nova, o que ela disse “principiante”. Mas o importe é o fato de que este filme se tornou o marco para uma época, o primeiro de muitos que foram feitos nesse mesmo tema, e que trouxe a tona grandes atrizes que não poderiam ser esquecidas do publico! Bette Davis é a atriz mais versátil e dramática que eu já vi, de uma potencia de olhar que pode ter colocar no chão. E claro Joan Crawford, que não se deixa esquecer, e afirma mais uma vez a força de mulher em sua atuação.
Só posso dizer que é um filme necessário para quem gosta de suspense e mistério, e terror também. Necessário por ser um marco e um clássico da categoria. Um clássico por ter explosões de atuações de duas das melhores atrizes do século passado e por ser tão envolvente e divertido até. Sempre vou recomendar, sempre!
Bette Davis eyes!!
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