Minha Nova Vida
Diretor: Kevin Macdonald
A adaptação literária do livro de mesmo nome “How I Live Now” de Meg Rosoff, ficou a cargo de Kevin Macdonald, diretor de O Ultimo Rei da Escócia (2006). Pelo o que vi em comentários na internet, o roteiro foi bem justo com o livro, trocando um ou outro personagem, caso normal diante de adaptações cinematográficas. O fato é que o filme que quer principalmente alcançar o público jovem constrói uma situação hipotética tensa e muito impactante.
Este filme que teve sua estreia no Festival de Toronto de 2013 se baseia na história de Daisy, garota americana, que visita o interior da Inglaterra com a sua família, durante o período de férias. Mas uma guerra eclode no mundo, e ela deve se esconder e aprender a sobreviver.
Essa possível guerra mundial vista aos olhos contemporâneos é o ponto forte e que dá ao filme certa originalidade. O comum quase sempre é filmes que tratam do assunto com o pretexto sobrenatural, com zumbis ou alienígenas que poderiam desencadear uma guerra e uma catástrofe. Entretanto, Minha Nova Vida é realista ao desenvolver uma história que pode ser inevitável em um futuro próximo.
A questão de armas nucleares e instinto de sobrevivência são mostrados a partir de Daisy, muito bem interpretada por Saoirse Ronan. Com o jeito irritante e mal-humorado de uma garota que tenta sobreviver com sua rebeldia, Saoirse constrói uma personagem intrigante e de fácil compaixão. Envolvemos-nos com sua paixão pelo primo Edmond, na pele de George MacKay que a motiva a se tornar uma garota melhor. Entretanto, sua juventude vai por água a baixo num piscar de olhos, e todos os seu problemas pequenos e fúteis reservados a adolescência não podem mais fazer parte de sua vida. E com isso, ela se esforça para passar pelo sofrimento de todas as consequências que a guerra pode trazer. E ao seu lado está a prima criança Piper vivida pela doce em boa interpretação de Harley Bird. As duas juntas tentam voltar para casa, um lar como todos os outros está destruídos pela confusão mundial.
Minha Nova Vida consegue trabalhar de forma objetiva, não se perdendo nos fatos em sua uma hora e quarenta de duração. Acompanhamos tudo em uma fotografia belíssima, em cores muito vivas e coloridas. As filmagens feitas no País de Gales proporcionam paisagens de campos e florestas inebriantes. E tudo se torna mais especial com as escolhas da trilha sonora. Além da banda instrumental moderna e bem ideal, que não explora o drama, feita por Jon Hopkins, temos ainda Fairport Convencion, Daughter, Bat For Lashes e Nick Drake, que conceitua muito mais o filme.
O filme alcança o objetivo que pretende ter, de emocionar e torcer pelas vidas dos personagens. E claro, não deixa de nos fazer pensar e refletir sobre o que faríamos em uma situação parecida. Para sobreviver tudo é possível, principalmente na guerra.
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Abraços!
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