Monty Python - O Sentido da Vida (crítica e download)

Monty Python - O Sentido da Vida

Diretor: Terry Jones, Terry Gilliam

O grupo britânico humorístico Monty Python surgiu de um programa de televisão em 1969. O seu novo gênero de  humor e nova forma de fazer comedia conseguiu o sucesso suficiente para que seu programa, shows e seus filmes ficassem famosos mundialmente. O Sentido da Vida é um dos seus mais reconhecidos junto com Em Busca do Cálice Sagrado (1975) e o causou polêmica por sua sátira a vida de Jesus Cristo, A Vida de Brian (1979). Todos os três dirigidos por Terry Jones, que começou sua carreira de diretor trabalhando nos filmes do grupo. Além de ser um dos atores principais, onde frequentemente fazia papeis de mulheres de meia idade, como a mãe de Brian em A Vida de Brian.

Sendo o último projeto do grupo antes de se separarem, O Sentido da Vida trás uma reunião de sátiras e ironias como forma de críticas as ideias da sociedade e questionamentos que as pessoas passam a ter. Dessa forma o grupo explora a hipocrisia que existe, ironizando de forma ácida e direta a religião, a educação, o conservadorismo, a instituição do governo, serviços públicos e até mesmo a filosofia. Ninguém escapa das piadas sátiras que fazem: critica o catolicismo pela procriação, mas critica o protestantismo pela frieza e falta de afeto com que são criados ao ponto de terem que ter aulas de como fazer sexo; ironiza a sociedade atual, colocando um casal tendo que "comprar uma conversa" para ter o que falar um ao outro . O filme não pretende encontrar o sentido da vida, e considera a inferioridade do ser humano perante o universo o suficiente para demonstrar como essa pergunta não é cabível de ser respondida.

O filme se inicia com uma batalha, utilizando o sistema financeiro como tema e deparamos com uma leva de idosos navegando pelo “mar de investimentos”, em uma caracterização genial em que transforma um prédio em um barco, com o auxílio bem feito de efeitos especiais, simbólicos para a época.

Após essa abertura, o filme se divide em capítulos, com seguimentos que se iniciam pelo nascimento ate a eventualidade da morte, além de passar por momentos referentes à vida. Tais seguimentos se apresentam de forma isolada, e alguns deles completados em forma de musical. Inclusive as músicas são ótimas, com letras interessantíssimas e “grudentas”. O que falar da música do segundo seguimento como critica direta a Igreja Católica,  “Todo Esperma é Sagrado”, por sua ironia gritante ao colocar dezenas de crianças dançando esfarrapadas pela “terceiro mundo” de Yorkshire.

Mesmo diferente dos filmes anteriores por não apresentar uma história única e continua, o filme conseguiu agradar o Júri do Festival de Cannes em 1983, que além de concorrer a Palma de Ouro, ganhou o que referimos como segundo lugar, o Grande Prêmio do Júri.

O Sentido da Vida é um dos projetos do grupo que se constitui na história do humor por sua influência na maneira de se criar comédias pautadas principalmente no seu texto bem feito, que não se prende em utilizar artifícios maiores que isso.

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