Zhang Yimou

Biografia e Filmografia (download) de Zhang Yimou

terça-feira, 22 de março de 2016

O Filho de Saul (crítica e download)


Existe filmes que nos proporcionam experiências bem intensas. O primeiro da minha lista é Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, Dinamarca/Reino Unido, 2000) de Von Trier. Foi a primeira vez que ouvir Björk e depois disso mudou toda a minha noção do que era música e arte. Enfim, o fato é que este foi um filme extremamente perturbador, e foram dias com os sentimentos que ele trouxe. Até hoje não consigo escrever uma crítica sobre ele, do tamanho impacto que me causou.

Assim me comportei após ver o devastador O Filho de Saul (Saul fia, Hungria, 2015) de László Nemes. Ganhador do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2015, o filme também conseguiu atrair a simpatia da Hollywood comandada pelos judeus, e ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro neste ano.

O pôster do filme é muito bem feito, e mostra muito bem a atmosfera que envolve toda a narrativa. Ambientada em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial, o drama acompanha a jornada em um dia do judeu Saul Ausländer (Géza Röhrig). Ele trabalha forçadamente na área de extermínio do campo, e durante seu trabalho encontra seu filho. Uma batalha se inicia para que ele possa enterrar dignamente seu filho.


László Nemes não utiliza um roteiro linear e coerente. Muito pelo contrário, desde o texto até a fotografia e a técnica de filmagem é intencionalmente confusa e perturbadora. O diretor se preocupa em que todos os sentidos de desconforto sejam ativados no espectador para que possamos realmente sentir o mínimo as cenas extremamente fortes das câmeras de gás.

Nessa perspectiva, utilizando muito de planos-sequências, ele conduz em meio a um ambiente muito escuro, seguindo as costas do inquieto Saul enquanto tenta equilibrar seu trabalho com a luta para encontrar um rabino que realize sua vontade. A câmera é tremida, a visão é turva e nebulosa, mas o som está forte e os gritos são constantes durante todo o filme.

Alguém me disse que este seria o melhor filme sobre o nazismo já feito, e não sei se concordo ou não. Filmes sobre a Segunda Guerra sempre existiram porque é fato que este acontecimento é uma mácula na história da humanidade, e mesmo que os genocídios continuam existindo (Sírios e Africanos), a pressão dos fatos que culminou em grandes mudanças para as sociedades futuras ainda dá “pano para a manga” para novas obras fílmicas.


Certamente eu nunca vi nenhum filme sobre o nazismo que tivesse a coragem que O Filho de Saul teve. O experimentalismos visceral de László Nemes, levou o conflito para dentro de um dos piores atos humanos, e se tornou impossível ser imune a pressão que ele conduziu a narrativa. Com um final mais deprimente que o filme inteiro, a perturbação é o resultado esperado pelo diretor.


Sem dúvida merece todo o reconhecimento que obteve, e mostrando mais uma vez que este assunto nunca sairá “de moda”, mas que tem a tendência a nos assustar mais e mais diante das abomináveis ações dos homens.


Abraços!

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2 comentários:

  1. Oi Bellyta.
    Parabéns pelo blog que descobri procurando o Sorgo Vermelho Já não está mais pq o Kickass foi derrubado pelos americanos.
    De qualquer maneira estou dando uma "circulada" e me deparei com o filho de Saul. Concordo com sua crítica, mas, humildemente minha ignorância me leva a confessar que, ou viajei vendo o filme ou sou mesmo um tanzo; não me dei conta que o menino era filho dele!!! pode?
    abrs
    baggio47@gmail.com

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  2. Oi Marco! Muito obrigada por sua visita ao meu humilde blog! Só para você saber que o link do filme Sorgo Vermelho já está atualizado, como todos os outros do Zhang Yimou. Sobre o filme O filho de Saul, sério mesmo que você não percebeu? Mas o próprio personagem comenta isso durante o filme, viu. Talvez você deu uma pescada realmente hahaha Abraços!

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